sexta-feira, 29 de outubro de 2010

No mais...







"A prova de que estou recuperando a saúde mental, é que estou cada minuto mais permissiva: eu me permito mais liberdade e mais experiências. E aceito o acaso. Anseio pelo que ainda não experimentei. Maior espaço psíquico. Estou felizmente mais doida."

(Clarice Lispector)

quinta-feira, 14 de outubro de 2010



“Não tente provocar em mim questionamentos que não trago no momento. Não estou vivendo perigosamente. Troque o perigosamente por intensamente, inconsequentemente, apaixonadamente. Não há perigo.
Perigoso é a gente se aprisionar no que nos ensinaram como certo e nunca mais se libertar, correndo o risco de não saber mais viver sem um manual de instruções…”
trecho de “Divã” - Martha Medeiros

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Viver é eterno... Perdoar também!!





Somos muito parecidos, de jeitos inteiramente diferentes: somos espantosamente parecidos.
E eu acho que é por isso que te escrevo, para cuidar de ti, para cuidar de mim - para não querer, violentamente não querer de maneira alguma ficar na sua memória, seu coração, sua cabeça, como uma sombra escura.
Perdoe a minha precariedade e as minhas tentativas inábeis, desajeitadas, de segurar a maçã no escuro. Me queira bem...

terça-feira, 12 de outubro de 2010

A gente se acostuma... mas não devia!



Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia.
A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor. E, porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E, porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E, porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E, à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.
A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora. A tomar o café correndo porque está atrasado. A ler o jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem. A comer sanduíche porque não dá para almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.
A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra. E, aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos. E, aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz. E, não acreditando nas negociações de paz, aceita ler todo dia da guerra, dos números, da longa duração.
A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava tanto ser visto.
A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita. E a lutar para ganhar o dinheiro com que pagar. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez pagar mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas em que se cobra.
A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes. A abrir as revistas e ver anúncios. A ligar a televisão e assistir a comerciais. A ir ao cinema e engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos.
A gente se acostuma à poluição. Às salas fechadas de ar condicionado e cheiro de cigarro. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural. Às bactérias da água potável. À contaminação da água do mar. À lenta morte dos rios. Se acostuma a não ouvir passarinho, a não ter galo de madrugada, a temer a hidrofobia dos cães, a não colher fruta no pé, a não ter sequer uma planta.
A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a gente molha só os pés e sua no resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito o que fazer a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado.
A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele. Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se de faca e baioneta, para poupar o peito. A gente se acostuma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que, gasta de tanto acostumar, se perde de si mesma.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Hoje.


Sinto-me como o mar calmo e transparente, muito bem e em Paz comigo mesma.
Sei que este estado vai mudar, mas agora só me apetece estar assim, sem grandes interferências.
Claro que adoro a novidade, a mudança, a excitação, a adrenalina, mas também adoro a calma e tranquilidade, o equilíbrio.
Agora não me apetecem grandes loucuras, só quero sentir-me bem neste estado de nirvana, que só a tranquilidade em casa me proporciona.
E como sei que nada é para sempre, aproveito esta serenidade e bem estar.

Um mergulho pode salvar a gente ou pode matar de vez.



Estive enfurnado em sentimentos densos, confesso. Ainda estou tentando me acostumar com a maneira como vou modificando meu olhar sobre o mundo e sob o mundo. Há muito o que se fazer quando tu te decides "conhecer a ti mesmo". A grande maioria das pessoas passará por esse planeta sem ter qualquer interesse em vasculhar seus próprios esgotos e oásis. Passarão como papagaios repetindo frases feitas, conceitos estúpidos, sem perceber ou decifrar qualquer paradigma, entupidos de verdades jogadas como plásticos pela janela do carro ou levando adesivos colados na testa. Se estiverem felizes, ótimo, só não me venham dizer como devo proceder com relação as minhas escolhas. Que a ignorância é uma benção, não tenho do que duvidar. Mas já for a dito certa vez "Para o conhecimento há limites, só não há limites para a ignorância" e ai não estamos, pelo menos eu, nos referindo ao "Não saber" e sim ao "achar que sabe demais" a ponto de poder julgar como se detivesse a razão suprema. 





@TicoStaCruz

domingo, 3 de outubro de 2010











Mas de tudo isso me ficaram coisas tão boas… Uma lembrança boa de você, uma vontade de cuidar melhor de mim, de ser melhor para mim e para os outros. De não morrer, de não sufocar, de continuar sentindo encantamento por alguma outra pessoa que o futuro trará, porque sempre traz, e então não repetir nenhum comportamento. Ser novo...

[Caio F. Abreu]