quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Poeta Marginal



Não sou poeta alfaiate,
Feito aqueles que escrevem por encomenda,
Onde cada palavra encaixa no leitor feito uma luva...

Não! Definitivamente, não!

Escrevo pra mim, e sobre mim!
Minha palavra não vem em rimas,
Detesto a escrita em concordância,
Bonitinha e perfeitinha.

A palavra deve ser solta, sem concordâncias,
Pois o que vale não é sintaxe perfeita,
Mas aquilo que ela expressa...

Sou poeta marginal,
Não tenho fronteiras ou bandeiras;
Meu ideal é bem maior que qualquer limitação.

Leia meu desespero e sinta na carne minha aflição;
Interprete minha ira e odeie meu inimigo;
Passe os olhos pela minha lascivia e devore a mulher que tanto desejo;
Veja meu amor e sinta-se feliz...
Viva meus sentimentos em toda a sua plenitude,
E acenda o que há de mais intimo em ti, em mim, em nós...

Deixe-me achar o que quiser sobre Deus ou o Diabo;
(o céu e o inferno está em nós!)
Deixe que as minhas palavras proliferem no ar feito poluição,
E recaiam sobre você feito orvalho de início de manhã...
(liberta-te dos dogmas e preconceitos pelo poder das palavras).
Absorva-me sem recheio e sem receios,
Por que assim nos encaixaremos,
Falaremos a mesma língua,
E nos transformaremos em um só.
 
 
Por Daniel Moraes em Sub-Mundos