domingo, 26 de dezembro de 2010

um ano bom: parte um





Começando pelo avesso. É essa a minha história.

Esse foi um ano bom. É, foi.
Ano de mudanças na forma de observar o mundo, ano de mudanças na forma de olhar pra mim mesma. Um ano de estonteantes labirintos com os quais me deparei, dia após dia, encontro após encontro, desencanto após desencanto...
Foi aquele ano em que digeri [ainda que de forma artificial] todos os acontecimentos do ano passado, o ano ruim. O pior ano dessa existência.
Pra lembrar desse ano, o bom, resolvi repensá-lo de trás pra frente,pelo avesso, a partir do que está mais próximo, mais latente, com o que estou mais envolvida.
Esse é o ano em que eu termino dizendo: Foi foda! Foi necessário! Foi encantador! Foi uma puta duma lição de tantas coisas. Tantas.
Eu termino esse ano feliz com o que tenho produzido, com o que tenho aprendido, com o que meu trabalho, que é novidadeiro, tem me apresentado. Claro que questionando sua relevância, o quanto de excelência, ideologia, conceito e poder de transformação ele tem. Não seria eu mesma, se não questionasse  dia-a-dia as próprias escolhas. Preciso questioná-las. É minha forma de sobrevida, é minha forma de resistência ao marasmo e à vida mediana. Check!
Termino esse ano contente por ter conseguido abrir mão de tudo que não era honesto comigo, não era honesto com outrem, não era honesto com crenças, valores e autoregimentações. Contente porque pude, finalmente, dizer que precisava ser minha para me entregar novamente a amores, novos, surpreendentes. Contente porque o "fechada pra balanço" foi sincero, está sendo e tenho me libertado de fantasmas bem perigosos. Check!
Termino o ano com o coração cheio de novos afetos [oh, e como são importantes pra mim], de amigos que me abraçaram com alma, sem julgamentos, sem interferências, apenas com a gentileza de suas presenças. E a esses, ah, a esses eu dedico a maior parte dos meus sorrisos diários, a maior parte do brilho que meus olhos refletem. Check!
Termino o ano orgulhosa de afastar da minha vida ervas daninhas, sem odiá-las, sem rancores, mas sem deixá-las, novamente, fixar raízes. Nossa, como isso é importante! Check!

[sem a garantia de que terá uma parte dois]