terça-feira, 11 de maio de 2010

Dá-me



Dá-me a mão. Puxa-me para ti.
Encosta o teu peito ao meu e aperta-me com força e com a doçura que só tu tens.
Deixa-me respirar neste carinho que paira, enquanto me beijas.
E sussura-me ao ouvido aquilo que o coração descompassado te conta.








Não se perdeu nenhuma coisa em mim.
Continuam as noites e os poentes
Que escorreram na casa e no jardim,
Continuam as vozes diferentes
Que intactas no meu ser estão suspensas.
Trago o terror e trago a claridade,
E através de todas as presenças
Caminho para a única unidade.

Sophia de Mello Breyner Andresen

terça-feira, 4 de maio de 2010

Morre lentamente



"Morre lentamente quem não viaja, quem não lê, quem não ouve música, quem não encontra graça em si mesmo.
Morre lentamente quem destrói o seu amor-próprio, quem não se deixa ajudar.
Morre lentamente quem se transforma em escravo do hábito, repetindo todos os dias os mesmos trajetos, quem não muda de marca, não se arrisca a vestir uma nova cor ou não conversa com quem não conhece.
Morre lentamente quem faz da televisão o seu guru.
Morre lentamente quem evita uma paixão, quem prefere o escuro ao invés do claro e os pontos sobre os "is" em detrimento de um redemoinho de emoções justamente as que resgatam o brilho dos olhos, sorrisos dos bocejos, corações aos tropeços e sentimentos.
Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz, quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho, quem não se permite pelo menos uma vez na vida fugir dos conselhos sensatos.
Morre lentamente, quem passa os dias queixando-se da sua má sorte ou da chuva incessante.
Morre lentamente, quem abandona um projeto antes de iniciá-lo, não pergunta sobre um assunto que desconhece ou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe

Evitemos a morte em doses suaves, recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior que o simples fato de respirar. Somente a perseverança fará com que conquistemos um estágio esplêndido de felicidade."


(Martha Medeiros)

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Nos seus braços






Senti-me assim, como uma criança entre os teus braços. Sei que tentei fugir... Tolice minha!
Não se foge ao coração. E, felizmente, mostraste-me a tempo que não havia nada a temer e mesmo que haja, pões a tua mão na minha e as cores do mundo voltam.